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sexta-feira, junho 22, 2007

e-books: porque não pegam?

NÃO SÃO POUCOS OS SITES que disponibilizam – muitos gratuitamente – os chamados livros virtuais (e-books). Autores clássicos e/ou consagrados têm suas obras digitalizadas e oferecidas para download. Escritores novatos lançam mão desse recurso para tentar abrir espaço exibir seu talento na esperança de escalar o (nem tão) intransponível mercado editorial.

Os e-books são
exaltados por alguns entusiastas por algumas qualidades óbvias:

· É facilmente compartilhado (pode ser emprestado sem medo de que não o devolvam);
· É ecologicamente correto (a não ser que você resolva imprimí-lo);
· Toma consideravelmente menos espaço (troca-se centenas de páginas em apenas dezenas de kb);
· É imune a traças (mas não a vírus).

Mas, porque, essa maravilha não se populariza na mesma velocidade das músicas em mp3 ou como o youtube? Ou mesmo, para fazer uma comparação justa, não se populariza como os blogs? Posso elencar alguns motivos, que longe de comprovação científica é mais a expressão de uma opinião pessoal de leitor assíduo.

Alguns amigos leitores mais afobados poderão ter na ponta da língua o batido discurso anti-pop falando em alienação, inversão de valores, desdém à leitura e coisas do gênero que, considero mais uma exaltação da própria (pretensa ou real) erudição que uma constatação de fatos e fatores.

Mas, voltando ao foco do nosso assunto: porque os e-books não se proliferam na mesma velocidade de outros meios, mesmo entre o restrito grupo dos viciados em leitura?

Minha opinião é que simplesmente para muitas pessoas ler é um ritual. Abrir o livro, sentir o papel, passar a página, tudo isso faz parte de uma prazerosa prática que o e-book é incapaz de imitar.

De um ponto de vista mais prático – e que provavelmente é mais plausível que minha humilde e restrita opinião acima arriscada – o e-book não se populariza porque, diferente de blogs e sites que apresentam textos mais curtos, é
incomodo e cansativo ler livros digitais.

Além de tudo e apesar de ser muito versátil em algumas situações ele não pode ser lido em qualquer lugar: apesar de já haver
equipamentos que pretendem resolver essa limitação, a verdade é que comprar um livro é mais barato que ter uma máquina especial para levar seus e-books para qualquer lugar. Ainda restaria a possibilidade do cada vez mais multiuso celular aglutinar mais essa funcionalidade... mas quem teria a paciência de ler um livro de 500 páginas numa telinha tão minúscula?

Um comentário:

tamarakelly disse...

Ebooks.. para uns uma divulgação e melhor democratização da leitura, para outros uma discreta forma de pirataria. Acredito na primeira opinião e acrescento que ler faz bem não importando o modo que isso seja feito (livros com conteúdo é claro) tanto que até tenho uma comunidade dos links de ebooks: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=31833447 Sobre a questão de como ele não se populariza, creio que é porque é mais "emocionante" ler o livro impresso.. apesar dos contras obtidos nesta postagem, adorei a matéria e o blog, parabéns :D