Harry Potter e as relíquias da morte - antecipação

COM LANÇAMENTO MUNDIAL para o dia 21 de julho, Harry Potter e as relíquias da morte (Harry Potter and Deathly Hallows), sétimo e último livro da série do bruxinho mais conhecido do mundo, teve (supostamente) alguns trechos antecipados por um cracker que conseguiu invadir o sistema da editora e lançou na net o arquivo do livro.

Não sou do tipo de pessoa que busca o final da estória, muito menos do tipo que acha que se o final for revelado antes do tempo, o livro perde a graça. Para mim, todas as estórias podem ter final previsível, tudo é variação do mesmo tema e não há nenhuma história ou estória nova a ser contada. Como se chega lá é que é realmente prazeroso.

Porém, imagino que muita gente se decepciona com um fato desses. Fico pensando quantos fãs do bruxo adolescente perderam seu sono por conta das prévias revelações. Quebra-se o clima da expectativa, que tanto alimenta nossa atenção e interesse. O que me incomoda em tudo isso é que um fato como este tenha apoio para ser publicizado e é mesmo exaltado. Perde o leitor, perde a escritora, perde a editora(?), perdem as livrarias (?)...

Coloco as interrogações só para debater algo que questiono em toda forma de pirataria: quem realmente perde?

Harry Potter é um produto maduro, com uma legião de fãs fiéis e mesmo os que baixam as versões virtuais compram a versão impressa... qual o fã que não vai querer ter em sua prateleira a coleção completa?

Não sou muito dado a teorias da conspiração e coisas do gênero, mas considero esse tipo de vazamento uma estratégia para divulgação do produto e incremento das vendas (e, olhe, que conceitualmente não sou contrário a esse tipo de interesse).

Para mim, quem realmente perde é o leitor, que vê sua ansiedade satisfeita de forma brusca e sem magia e a autora, que perde também com o clima interrompido.

Coisa a se pensar.