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sexta-feira, setembro 14, 2007

Byron e sua taça feita de um crânio humano.



Uma das figuras mais controversas e ilustrativas do Romantismo, Lord Byron foi responsável por estabelecer a imagem de herói romântico, tanto pelos seus personagens quanto por sua própria personalidade.

O cara foi tão espaçoso, tão dado ao escândalo e à fama que uma fase inteira do romantismo na poesia tem no seu nome um adjetivo... a fase byroniana da poesia romântica é caracterizada pelos excessos tão característicos do nosso amigo Byron.

O que me deixa mais empolgado com a poesia de Byron, no entanto, é o seu humor ácido. Um humor como este do, talvez, mais conhecido dos seus poemas e que foi muito bem traduzido pelo nosso Castro Alves.

A uma taça feita de um crânio humano

"Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás - pobre caveira fria -
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.
Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.
Mais val guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
- Taça - levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do reptil.
Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro...
Podeis de vinho o encher!
Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.
E por que não?
Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor aí repousa?
É bom fugindo à podridão do lodo
Servir na morte enfim p'ra alguma coisa!... "

Um comentário:

ithappens disse...

Eu amo Lord Byron !!!!!