segunda-feira, dezembro 22, 2008
sábado, outubro 04, 2008
Releituras, quem tem paciência?
No último post comentei sobre a relação que temos com os livros que nos marcam. Isso me fez pensar em outro assunto: o que faz alguém reler um livro?
Tenho a impressão que ler um livro para a maioria das pessoas é um exercício tão cansativo (mesmo entre os que gostam de ler) que desestimula uma releitura.
Levando em consideração outro aspecto, o do prazer provocado, e comparando com outras formas de entretenimento como a música, o vídeo, o cinema... o custo x benefício de ler um livro (e relê-lo) parece pouco atraente.
Ler é um ato mais ativo, mais cansativo, intelectualmente mais desgastante... pro exemplo, entre ler uma história e quadrinhos e assistir um desenho animado o segundo é mais rápido, mais atraente por conta dos movimentos e efeitos, além de menos desgastante: você só precisa receber a informação (nada contra, adoro desenhos animados).
Reler um livro é um ato para quem tem prazer em avaliar a própria percepção diante das situações que lhe estão sendo oferecidas. Para quem gosta de testar e comparar a visão de mundo que tinha e a que tem. Reler é buscar numa história (ou estória) pontos que passaram despercebidos (e ignorar outros).
É engraçado ver como certos trechos, frases, palavras que antes não tinham valor parecem dar uma tapa na sua cara dizendo: acorda! Estou aqui há tempos e você nunca me deu atenção, ora!
Quando você não está mais envolvido com o suspense do que estar por vir (você já conhece todos os acontecimentos daquele livro, lembra?), você agora pode dar atenção à escrita em si. Analisar pensamentos, filosofias, situações. Entender um pouco o escritor. Mesmo que não queira ter esse compromisso, você consegue enxergar os personagens por outros olhos. Você não torce mais para o herói, começa a entender o vilão, um personagem secundário chama sua atenção.
Um livro relido pode oferecer a você novas experiências, novas descobertas. Coisa que dificilmente acontecerá com um filme assistido mais de uma vez ou uma música que você ouve repetidas vezes.
Agora estou relendo O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson. E você?
segunda-feira, setembro 29, 2008
Qual o livro da sua vida?
E você daria a sua vida por ele?
Um tanto quanto trágica a pergunta. Os poucos leitores que ainda perseveram a essa minha inconstância e se mantém frequentando este blog devem ter percebido essa fase revoltada nesse retorno. Não liguem! Qualquer rebeldia é mero tipo. Coisa de quem quer aparecer. Criança malcriada precisando de atenção.
Mas, sim, depois dessa pequena introdução que só serviu para dar tempo à sua cabecinha para responder com alguma segurança a pergunta acima... deu tempo de pensar? Vamos lá, qual o livro da sua vida?
Ou melhor: qual o último livro que está hoje no altar reservado ao livro da sua vida?
Já tive vários.
- Viagem ao centro da Terra Julio Verne: quando era um pré-adolescente sonhando com descobertas fantásticas.
- Dom Quixote de La Mancha Cervantes: quando era um pré-adolescente começando a entender entrelinhas e abstrações.
- Dracula e Frankenstein Bram Stoker e Mary Shelley, respectivamente: quando era um adolescente me abrindo para o entendimento da alma humana, seus desejos e frustrações. E começando a entender que bem e mal são conceitos relativos.
- O Retrato de Dorian Gray Oscar Wilde: quando saindo da adolescência entendia o cinismo e a arrogância, suas aplicações práticas na engrenagem social.
- A Menina dos Olhos de Ouro Balzac: quando jovem, interessado nas relações humanas e sociais e na observação do comportamento humano.
- Lugar nenhum Neil Gaiman: quando jovem, overatarefado precisando de um fantasioso escape para relaxar a mente e não perder a capacidade de sonhar.
Provavelmente nesta lista eu estou sendo ingrato com milhares de páginas de outros livros que me prenderam a atenção em todos estes anos de leitura. Alguns que em seu momento até possam ter sido mais importantes para mim... mas, enfim, se lembrei desses algum significado deve ter.
Mas a pergunta é: você daria sua vida por qualquer livro da sua lista... por AQUELE livro? Fosse ele o último exemplar prestes a ser incinerado, você pouparia sua breve vida ou a daria para perpetuar aquele amontoado de palavras que por um motivo ou outro tiveram sua preferência por qualquer tempo que seja... você tem essa resposta?
O que é um livro?
sexta-feira, setembro 26, 2008
Tempo para ler?
Leitura dinâmica é como ejaculação precoce.
Eitaaa! Essa afirmação ficou um tanto quanto sem graça, não? Mas vou assumi-la.
Sou entusiasta da tecnologia. Apesar das pedras que jogam na Internet culpando-a pela burrificação das pessoas, eu tenho uma visão diferente. Nunca se leu nem escreveu tanto. Nunca se opinou tanto sobre tantos assuntos. Nunca a comunicação foi tão democrática e mesmo com os prós e contras de tudo isso eu penso que esse é um exercício muito positivo.
Mas ando fugindo ao tema. Sou entusiasta da tecnologia, da internet, mobilidade, conectividade, portabilidade e esses ades todos, mas o fato é que ando com um outro tipo de ade constantemente me perturbando... o da saudade. A saudade de ler livros.
Voltando: leitura dinâmica é um saco. Ler para mim tem que ser prazeroso. Nada nas pressas. Preciso de tempo para degustar as palavras. Para me encantar com as idéias. Para buscar as entrelinhas.
Ultimamente tenho tempo apenas para a leitura dinâmica das notícias nos sites, manchetes de portais. Até mesmo os blogs que leio passo rapidamente dando uma olhadela, identificando os tópicos frasais, lendo por cima e mal entendendo ou subentendendo da forma como eu quero.
Tenho saudade do passar de páginas lento. De pegar um livro e ir vencendo as páginas. Sentir o peso dele se desequilibrando de um lado para o outro à medida que o enredo se densenrola e as páginas vão se acumulando no lado das lidas e diminuindo no das não-lidas. Mas, e tempo?
Já fui um devorador de livros, mas isso não tem nada a ver com leitura dinâmica. É fato que o hábito de ler agiliza sua compreensão. Uma página que levava 3 minutos para ser lida, como o tempo você passa despercebidamente por ela em 1 minuto. Às vezes menos. Mas isso é apenas a facilidade que o hábito lhe traz. Você consegue, mesmo assim, sentir prazer.
Hoje, sinto que meus olhos são inputs de um computador humano assimilando dados na maior velocidade possível. Estou mais treinado para a linguagem conotativa. Custa assimilar a poesia da escrita. Ignoro as metáforas, considero-as desnecessárias, muitas vezes chego ao absurdo de me irritar com elas, vociferando o quanto atrapalham. Sou um burocrata. Quero me libertar disso.
Mas quem tem tempo para ler? Empresta? :P
quarta-feira, julho 02, 2008
Sobre O Pequeno Príncipe
Segundo livro mais lido do mundo (só perdendo para a Bíblia), O Pequeno Príncipe é um livro que atrai e encanta até quem não é muito chegado em leitura... Por ser um de meus preferidos também, inspirou a criação do pseudônimo e é falando sobre ele que eu gostaria de iniciar minha participação aqui nesse espaço.
O livro mais popular de Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe, geralmente é confundido com uma simples criação para crianças; na realidade, trata-se de uma obra profunda, escrita de forma metafórica numa época em que sua profissão o fazia visitar constantemente a região Nordeste de nosso país. Seu trabalho era pilotar aviões da companhia aérea Latécoére (hoje Air France), transportando correio aéreo entre a Europa e Argentina, pousava com freqüência no Rio Grande do Norte, no campo de pouso do Refoles para revisar e reabastecer sua aeronave, e por gostar tanto de lá, algumas vezes dava uma esticadinha e passava alguns dias só descansando.
E é daí que vêm os indícios de que sua inspiração para esse livro tenha vindo do encantamento que ele sentia por esta região. Ou seia mera coincidência??
Um dia, observando o pôr-do-sol às margens do rio Potengi, afirmou ser o "mais belo do mundo". Em uma passagem de O Pequeno Príncipe ele escreve: "Assim eu comecei a compreender, pouco a pouco, meu pequeno principezinho, a tua vidinha melancólica. Muito tempo não tivesse outra distração que a doçura do pôr-do-sol". Também tinha por costume, se hospedar no palacete do comerciante português Manoel Duarte Machado, e a esse evento se atribui a menção ao baobá na obra; ele teria visto a árvore na rua São José, no bairro da Lagoa Seca, num terreno do anfitrião. Outros elementos que aproximam esse livro da cidade do Natal são as delicadas aquarelas do próprio autor representando as falésias, as dunas, o vulcão (há na região o extinto vulcão Cabugi), o elefante (o mapa do Estado do Rio Grande do Norte é semelhante ao animal) e a estrela (símbolo da cidade do Natal).
Em contraposição, há ainda quem diga que na época em que ele estava escrevendo o livro passou pela cidade do Recife em Pernambuco, também na região Nordeste, e encantou-se com um baobá na Praça da República, por isso o teria incluído em seu trabalho.
Seja como for, a genialidade de Saint-Exupéry foi quem deu o tom de fantasia e poesia a elementos do cotidiano que certamente passariam despercebido para a maioria de nós (como acontece todos os dias, não é mesmo?), inspirando questionamentos e reflexões tão primários quanto necessários à nossa evolução pessoal e coletiva.
Bem, por hoje é só... Espero que tenham gostado!
Até a próxima!
Letras dedilhadas por Princesa Miudinha
Marcadores: Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Principe
sexta-feira, junho 20, 2008
Mais de 1 milhão de livros até R$ 12,00
Esta é uma boa para quem gosta de ler... livros!
Estava errante pela internet quando me deparei com o site Estante Virtual referenciado em um blog e fiquei curioso com o que danado seria isso. Quando segui o link já fui impactado com o título Mais de 1 milhão de livros até R$ 12,00 aí saquei qual é a da Estante: um conglomerado de sebos online. Massa!!!
O site tem um visual legal, organizado, com um sistema de buscas eficiente e uma variedade de sebos e livros bem interessante. Vale a pena conferir... eu já encomendei os meus. ;)
sexta-feira, maio 09, 2008
Bookcrossing: pense numa idéia!
Ando curioso em relação a um assunto que tá na moda nesta última semana.
Acontece que eu estava folheando a revista Galileu deste mês em busca de algo realmente interessante para matar o tempo e lá pro finalzinho dela me deparei com uma matéria bem legal sobre esse danado desse bookcrossing.
Bookcrossing é um projeto idealizado por um cara chamado Ron Hornbaker que consiste em você ler um livro, deixar num local público para outra pessoa ler e esta pessoa fazer o mesmo e assim sucessivamente. Genial, né não?!
Ele pensou: "Bem, eu leio pra caramba, adoro livros, tenho um monte deles e quero ler mais um monte. E se eu contribuir para que todo mundo tenha o hábito de socializar seus livros?" Aí tudo começou com uma brincadeira. Ele catalogou um monte de livros num site que ele criou e os largou em um monte de lugares. Cada livro tinha uma mensagem informando a pretensão do projeto e um pedido para quem pegasse o livro o registrasse no site, para que se pudesse acompanhar a trajetória desse livro. Depois de ler, a pessoa o deixaria em qualquer outro lugar publico.
Funciona? Em parte. Claro que muita gente deu o ganha nos livrinhos! kakakakaka
Para minimizar esse problema foram criadas as "zonas oficiais de troca de livros" que são simplismente lugares abertos ao público onde as pessoas já podem ir com interesse em fazer bookcrossing. São cafés, bares, restaurantes, enfim... qualquer lugar em que se possa deixar um livro. No Brasil já existem duas dessas zonas. Uma no Rio e a outra em São Paulo.
O fato é que hoje qualquer pessoa pode entrar no jogo. Basta cadastrar os livros que deseja no site bookcrossing.com, etiquetá-los com os números de identificação dados no site e deixá-los nos lugares desejados.
E você, já fez ou faria bookcrossing?